Jueves, 18 de abril de 2024
 
19 de março: São José, esposo da Virgem Maria. Protetor da Ordem
 
São José no plano divino…
 

Este foi o título que Frei Eugenio Cantera, religioso de nossa Província, apresentou no ano 1917 (Imprensa Santa Rita) toda uma síntese teológica sobre o “Patriarca bendito”. E o fato de recordar esta publicação –desgraçadamente desconhecida na maioria dos religiosos- faz pensar no eterno esquecimento ou na falta de apreciação não só da publicação em si, se não mais bem do fundo do livro. De fato, a obra de Frei Cantera, conceituado então como um dos “joséfilos” mais preclaros, não é só um material de leitura ocasional; responde a uma inquietude até valente de pôr em claro o mistério de São José fazendo frente aos erros que iam surgindo sobre o tema.

Isto como introdução e, depois, como aviso. O livro desconhece-se até o ponto que em muitas bibliotecas nem sequer existe ¿Por que esse esquecimento? Quero pensar com toda certeza que São José nunca quer atrapalhar, sempre está à sombra, não quer protagonismo e até permite que sua lembrança, sua festa não tenha quase barulho e fique só em pouca coisa ao igual que para aqueles que da mesma idade fosse. E isto é injusto por parte nossa, me referindo muito em concreto aos agostinianos recoletos.

Trato de lembrar algumas referências: «a devoção e o culto a São José, especial protetor da Ordem, constitui também parte da espiritualidade agostiniana-recoleta» (Const. 80). E «nos sábados e celebrações litúrgicas da santíssima Virgem e na solenidade de São José cante-se em comum a “Salve Regina” e a antífona “Ioseph”» (CA 79). «Os irmãos tenham grande aprecio e cultivem as tradições da Ordem; realizem os exercícios de piedade próprios conforme a nosso Ritual e outros conforme às normas e tradição da Igreja. Tentem que os fiéis participem também neles» (Const. 81).

No calendário da Ordem, no dia 19 de março tem esta apresentação: «São José, Esposo da Virgem Maria, Padroeiro da Ordem. Solenidade». É um mistério, uma figura extraordinária e encantadora, ainda que muito humilde, até o ponto que sua presença passa inadvertida até em nós. Eu penso, mais neste momento do processo da revitalização da Ordem que a figura de José é um chamado necessário para a vivência do mistério de Cristo junto a Maria na contemplação, que sua presença em Nazaré nos situa no âmbito propício para viver e gozar o “sentido desta família religiosa”, que seu silêncio mas com o olhar em Jesus e Maria, é uma oração constante como uma aceitação da vontade de Deus e cooperação ao anúncio do Reino.

Para nós José não é um enigma, é luz e ainda que ele é o primeiro em expressar desde sua pessoa que só Deus é o protagonista. Sua atitude ante o mistério estará sempre secundada pela certeza de um “Deus que começa a obra boa e a leva até o final”. A identidade de José é inseparável de Deus, inclusive nos momentos nos que lhe exige uma resposta total e sem condições; não se pode obstaculizar o plano de Deus e optar por um caminho diferente.

À luz de “São José no plano divino” nós estamos em grau de ser chamados a “deixar-nos crescer” e ser fiéis à vontade de Deus.